O clima era ótimo! Todos da família do meu tio, minha mãe Lúcia e eu passávamos o mês de julho lá. Acho que todos devem ter saudade desse tempo. Fim de tarde eu ia no lado bravo ver a galera no mar e ainda nem sabia direito o que era surf mas já sonhava em surfar. Depois de anos o body board que eu brincava ainda existia...e de vez enquanto eu pegava ele e entrava no mar...mas nunca conseguia passar da arrebentação.
Aos poucos eu me apaixonei pelo surf e conheci realmente sua essência. Cada onda que eu furava, cada remada que eu dava, me tornava uma pessoa diferente e melhor por que eu tava ali vencendo meus medos e buscando meu sonho. Era difícil entrar no mar principalmente no tempo de vento onde ele fica mexido; um belo dia depois do surf deixei minha prancha no terraço e um cara a raptou...fiquei muito triste!!! Foi como se ele tivesse tirado minha máquina da felicidade e pensei até em desistir de surfar, mas como eu poderia desistir de algo que me fazia tão bem...
Daí arranjei um bico e comprei outra prancha, uma 6.3. Quase da cor do reagge e cheia de estrelas; foi nela que fiquei em pé a primeira vez e fiquei muito feliz... com ela comecei a evoluir no surf, mas demorei muito pra descer uma onda. Sempre caia, não conseguia me equilibrar. Uma vez eu vez eu chorei por que não conseguia ficar em pé mas não queria desistir até por que meus amigos me apoiavam.
Ano passado, em setembro, numa maré grande, uma onda quebrou em cima de mim e fui parar no fundo e senti uma dor, quando voltei vi minha prancha partida ao meio e tava sem força na perna...foi o caldo mais maluco de todos os tempos(procurando Nemo). Foi nesse caldo que eu cortei minha perna e quase machuco meu tendão e ainda passei 2 meses sem surfar...mais uma vez sem prancha, arranjei um tampo e comprei outra, uma 6.1, agora a gente tá se dando bem e estou evoluindo.
Estar com os amigos com risos e gargalhadas antes e depois das baterias, falando sobre as ondas, de como estava o mar, acordar ás 05 da manha para ir surfar, curtir o fim de tarde com altas ondas rolando no brabo ou no curvão, viajar de barco para picos diferentes, pegar o busão lotado cuidando ao máximo da prancha, ganhar caronas, banhar no chuveiro da Neyde e ganhar gritos ...tudo isso não tem preço !!! É algo que o surf da Pedral tem... Pedral, minha Pedral, Pedral, nossa Pedral.
Mas o que eu quis dizer com essa história toda é NUNCA DESISTIR DOS NOSSOS SONHOS, meu sonho desde criança foi saber surfar e hoje ele foi realizado por que eu fui persistente, determinada e faço isso por que gosto... só em estar conversando e com brincadeiras no outside esperando a boa subir, sabe como esse esporte é valioso, imensurável, mágico é uma estilo que você leva para a vida toda e nos ensina muito mais do que saber descer uma onda. Espero que mais meninas surfem e que elas não desitam por que vale muito a pena
FÉ EM DEUS E PÉ NA TÁBUA.EU NÃO TENHO MEDO DE VOAR E QUERO VOAR ALTO!